Moçambique terá Reserva Nacional do surf
Praia do Moçambique, em Florianópolis, recebeu em agosto do ano passado a designação de Reserva Nacional de Surfe (Foto: Marcio Mortari, Divulgação)
Programação no próximo domingo (8) inclui atividades de esporte, cultura e educação ambiental
Eleita uma das primeiras Reservas Nacional do Surf do Brasil, no ano passado, a Praia do Moçambique terá um evento para celebrar o título no próximo domingo (8). A comunidade promoverá uma programação gratuita e aberta ao público com esporte, cultura e educação ambiental.
As atividades começam às 8h com o tradicional encontro de surfistas no mar, em frente ao Monumento da Baleia Franca, na entrada da Praia do Moçambique. À tarde, a partir das 13h30min, a celebração continua no Espaço Vereda Tropical, na Barra da Lagoa.
A programação inclui mutirão de limpeza da praia, roda de conversa sobre a criação da reserva, apresentações de yoga, capoeira, jiu-jitsu, plantio de árvores nativas, exposições de arte, flash tattoo e shows musicais com Moriel Costa (Dazaranha), Marzo Couto (Pure Feeling), Cultivo e o DJ Nico Grim.
A Praia do Moçambique, em Florianópolis, recebeu em agosto do ano passado a designação de Reserva Nacional de Surfe. A localidade foi uma das quatro selecionadas de todo o Brasil pelo Instituto Aprender, junto com as praias do Francês, em Marechal Deodoro (AL), Itamambuca, em Ubatuba (SP), e Regência, em Linhares (ES). Foi a primeira vez que o título é distribuído nacionalmente.
A Praia do Moçambique é a maior praia contínua da Ilha, com aproximadamente 7,5 quilômetros de extensão, inserida dentro do Parque Estadual do Rio Vermelho, e abriga ecossistemas diversos como restingas, áreas de Mata Atlântica, dunas e sistemas lagunares. A área abriga importante biodiversidade, incluindo aves migratórias, tartarugas marinhas e espécies ameaçadas.
Para ser considerada uma reserva, a praia deve ser um destino icônico do surfe e também ser referência em conservação ambiental. A iniciativa é inspirada no Programa Mundial de Reservas de Surfe, coordenado pela Save the Waves Coalition, que reconhece praias a nível mundial — a Guarda do Embaú, em Palhoça, é considerada reserva mundial de surfe desde 2016.
As praias foram avaliadas em quatro quesitos: qualidade das ondas, características sócio-ecológicas do ecossistema de surfe, cultura e desenvolvimento do surfe no local e engajamento comunitário.
— A criação da Reserva Nacional de Surf Moçambique representa uma oportunidade de convergência. O surf, neste caso, atua como ferramenta de resiliência e proteção de ecossistemas costeiros cada vez mais vulneráveis às mudanças climáticas e à ocupação desordenada — afirma Nátali Piccolo, Diretora do Programa Marinho e Costeiro da Conservação Internacional (CI-Brasil).